04/05/2023 - Professores da rede estadual retornam às aulas hoje, 4. A decisão foi tomada após assembleia da categoria. Uma nova paralisação foi deliberada para os dias 9 e 10, terça e quarta. A categoria decidiu em assembleia no dia 27 de abril, paralisação no período de 2 a 5 de maio e acampamento na Assembleia Legislativa com objetivo de dialogar com os deputados e deputadas para que não aprovassem o projeto enviado pelo governo do Estado que apresenta apenas 2,5% de reajuste e reabrisse o processo de negociação.
Os professores reivindicam valorização profissional e criticam o percentual de reajuste proposto pelo Governo do Estado, de 2,5%, considerado por eles uma “esmola”. Na manhã desta quarta-feira, 3, a categoria se reuniu em frente à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), para protestar, e à tarde, por volta das 14h30, foi realizada uma Assembleia Geral para discutir sobre os dois primeiros dias de greve, bem como definir os próximos passos. De acordo com o presidente do Sindicado dos Trabalhadores da Educação Básica de Sergipe (Sintese), Roberto Silva, a categoria pede que os projetos sejam retirados de pauta. “Temos a informação de que alguns diretores estão ligando para os professores para avisar que acabou a greve, mas, nossa manifestação só será suspensa se houver deliberação dos professores em assembleia”, avisou o presidente antes de receber a notificação.
Conforme o professor Fernando Gramoza, chefe do departamento de Políticas Sociais do Sintese, caracterizou, o percentual de reajuste sugerido pelo governo do estado, de 2,5%, é uma “esmola”, portanto, não pode ser aceito pela categoria. “Essa proposta de 2,5% de reajuste é uma miséria frente a uma proposta que deveria ser de 14,95%.
A gente precisa retomar as discussões da categoria acerca do piso e da retomada da carreira, com o descongelamento da gratificação por atividade em tempo integral, e a retomada do escalonamento das formações, de quem entra com mestrado e doutorado. Não vamos arredar o pé enquanto esse projeto não for retirado de pauta e conceder o aumento real”, disse. A reportagem do JORNAL DA CIDADE entrou em contato com a Comunicação da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), para saber qual a opinião do órgão sobre a reivindicação dos professores, e qual será o encaminhamento dado acerca da questão. Em resposta, por meio de nota, a Comunicação da Seduc informou que “iniciou o amplo processo de negociação com o Sintese em janeiro deste ano, com inúmeras reuniões entre representantes da categoria com a gestão, inclusive com o governador Fábio Mitidieri”.
A Seduc apontou ainda que, “o diálogo da reestruturação da carreira, que é uma pauta que há anos vem sendo discutida pelo sindicato, foi ampliado para que se possa retomar a carreira a partir do próximo ano, com os diferenciais de níveis sugeridos”, e afirmou que “todas as pautas apresentadas pelo Sindicato foram ouvidas e atendidas pelo Governo do Estado durante todas as negociações”. A Seduc reitera que o movimento grevista dos professores foi decretado ilegal pelo TJ, “da mesma forma que é inadequado deixar mais de 154 mil estudantes sem aula”. Para a pasta, a paralisação da categoria é prejudicial ao calendário do ano letivo, bem como à logística de transporte escolar nos municípios e ao acolhimento daqueles alunos mais carentes que dependem da alimentação escolar fornecida diariamente nas instituições. “Sergipe possui 9.378 profissionais da carreira do magistério.
O professor em início de carreira na Rede Estadual de Ensino tem a remuneração base de R$ 4.451,14, ou seja, acima do piso nacional de 2023 que passou a ser R$ 4.420,55. Com a aplicação do reajuste linear de 2,5% e incorporação de parte do abono (R$ 100) à remuneração básica, o piso salarial inicial em Sergipe passará a R$ 4.662,42, permanecendo maior que o piso nacional. Atualmente, a maior remuneração de um professor em Sergipe, incluindo todos os benefícios, mestrado, doutorado e com dois vínculos, ultrapassa R$ 11.372,84 (sem o abono). A média de remuneração dos professores da Rede Estadual de Sergipe é de R$ 7.066,23”, explica a comunicação da Seduc. E continua: “A Seduc reafirma que, para além do reajuste linear dos vencimentos dos servidores ativos do magistério, o abono para os professores será mantido até ser incorporado totalmente. Do valor de R$ 932 do abono, R$ 100 serão incorporados aos vencimentos do professor ativo e a diferença continuará sendo paga na forma de abono. Ou seja, todos os professores ativos continuarão recebendo o abono de R$ 832 junto com o salário. Isso também significa um ganho real aos professores aposentados, que serão contemplados em seus vencimentos. O Governo do Estado e a Seduc sempre dialogaram com os professores e reafirmam o compromisso, a responsabilidade, a transparência e o respeito com todos que fazem a educação de Sergipe acontecer”, disse.
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